quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Seu.

Dentro de mim aparenta ser apenas um órgão. Viajo pelos labirintos de mim mesmo na tentativa de buscar sua forma, seu jeito, seu movimento. Meu coração não é uma aula simples de anatomia, ele transcende qualquer bomba cardíaca. Um fator carnal é pouco para identificar sua forma verdadeira, que se encontra distante do físico.

Meu coração é uma reação de combustão, daquelas que precisam de apenas um estopim para acontecer, reagir. Meu coração também explode, transborda em um ato impulsivo, incontrolável. É como fogo de artifício que se solta tão rapidamente que suas cores se tornam borrões de tintas espalhados aos céus.

Ele é exigente, profundo, romântico, libriano. Acha que nada mais importa no mundo, a não ser o amor-de-si- próprio-com-o-outro, e por isso muitas vezes se afoga na sua própria intensidade, no pedantismo que criou para si mesmo, em seu oceano profundo de tantas emoções.

Meu coração é um leão bravo e rebelde que precisa ser domado com carinho e destreza. Ruge muito mais do que morde.

Meu coração é medroso, feito cisne branco. Fica tendo alucinações sobre situações pessimistas. Idealiza cada situação apresentada, sonha ao ato impossível, se apaixona pela imagem que cria... Quase nunca verdadeira. 

É fetiche escandaloso, luxúria inovadora, vontade desenfreada, fôlego incansável,  compulsão sexual no maior estilo Lars Von Trier.

Verso de Vinicius, prosa de Caio Fernando, conversa com Grieco, sinfonia Pássaro de Fogo, música da Calcanhoto, paixão de Adèle Hugo, escultura por Claudel, filme francês Ferrugem e Osso, carta número 11 do tarô, final de tarde em Paris. 

Insanidade, Catarse, Epifania; Intenso, Ardente, Voraz;

Seu.