quarta-feira, 22 de julho de 2009

Em branco.

Você vê a ponte. Você confia. Você sabe. Você sente. Você escolhe. Pisa na ponta. Confere o material. Parece ser resistente. É tão firme que você checa cada pedaço, cada parte. Cautelosamente, você põe o primeiro passo e se sente feliz em poder começar a cursá-la. Ao atravessar a ponte, como todo esforço merecido, no final, há um prêmio a ser ganhado. Mas você está ansioso. E ansiedade, como minha amiga mesmo disse ontem: é uma merda. A ansiedade ignora os detalhes, ignora a paciência e o esforço de conseguir o que se pretende. E afinal, você quer chegar logo ao prêmio, quer sentir a sua felicidade. Sentir o reconhecimento e a gratidão de ter batalhado por aquilo que lutou. Mas mesmo com pressa e vontade de sair correndo, você respira fundo. Você percebe ao longo que caminha sobre a ponte, que o fato de você chegar ao outro lado não depende só de você. Imprevistos podem ocorrer no caminho que podem te impedir de alcançar tamanho objetivo. Durante o percurso, você se sente muitas vezes perdido, muitas vezes solitário, inseguro, com medo que talvez não possa seguir em frente. Mas a luz aparece, a cabeça é erguida e você se levanta disposto a qualquer coisa. Você não sabe quando a ponte irá terminar, você vai descobrir somente no dia em que você conseguir ver o outro lado, ou o seu término. Ela pode ser longa, pode ser curta. É todo um mistério que você deve controlar, sempre tentando matar a curiosidade de detetive para desvendá-lo rapidamente. E passo a passo você caminha. Você só segue, só trava um objetivo, você não quer falhar, você investe, dá de tudo que você pode, persiste, resiste e usa a perseverança como uma fórmula mágica. Alguns tremores são sentidos. Alguns sentidos são testados e aguçados. Retornar é possível. A dor pode chegar e você deve resolver se deve surportá-la. Mas até onde valeria a pena? Deve procurar saber o porquê daquilo acontecer, sem deixar nenhuma pista passar dos seus olhos. Você sente mais tremores, isso te assuta mais. Você para na ponte. Fica indeciso. Você precisa ser calculista. Escolher onde deve pisar, de que forma deve pisar. Um pisão em falso e pode ser o fim. Ou quem sabe não. Espera alguma resposta, algum conselho, alguma reflexão de como deve prosseguir, se deve mesmo, como deve agir e reagir. Mas parece não chegar. A insegurança parece aumentar e algumas coisas complicam. Mas logo, tudo parece estar bem, a neblina abaixa e auto confiança resistente se implica de novo em caminhar vagarosamente. As pistas vão chegando a medida que você prossegue, você vai conhecendo, se acostumando e conclusões podem ser tiradas, assim como mensagens ou não. Depende do seu raciocínio, lógica, conceitos e formas de pensar, a situação pode ser levada da pior forma para a melhor. Pode ser aos poucos conquistada, ou negligenciada. Depois de um tempo, aquilo que você temia acontece. Realmente do nada, a ponte quebra. O porquê dela ter quebrado, você realmente não sabe. Só sabe que se tem alguém a quem culpar seriam as duas pessoas que a sustentam. Você com certeza, não queria que ela quebrasse. Você se desaponta, você achava que era seguro. Achava que ela podia resistir mais aos empecilhos. Mas você ainda não caiu. Está tudo em branco. Sem resolução. Você se segurou em uma corda, que estava na lateral da ponte. Você está lá, esperando a pessoa vir te salvar. A sua parte você tenta fazer. Resistir. Você pode tentar subir à ponte de novo, pode tentar reconstruí-la, mas você precisa de uma permissão, de uma definiçao e resposta. Você pode soltar a corda, esquecer do que tinha planejado, esmurecer no sonho, chorar de dor. Ou você pode confiar, que a pessoa pode vir te buscar e que vocês podem reconstruir a ponte. Eu espero que ela venha até mim. Só espero não cansar, espero que minhas mãos não ardam de dor, espero que minha esperança não se vá facilmente, espero ter o espírito de um guerreiro para aguentar e o pior: espero poder aguentar caso ele não venha. Espero poder aguentar a queda e não morrer. Espero não estragar meu sonho, minha vontade de persistir, por causa de uma simples e PEQUENA rachadura que não significa ser o final. Por uma simples rachadura que pode ser consertada se ambos quiserem. Não sei se conseguirei completar meu objetivo e ganhar minha recompensa: a alegria de encontrar a confiança e a felicidade de me esbaldar com o amor. Mas se um dia eu conquistar, jamais irei esquecer de como fui feliz.

domingo, 19 de julho de 2009

Obsessão.

Frio, incalculável, uma casca ríspida de rígida a quem vesse a carcaça por fora. Nunca era atingido. Usava uma roupa total independente e agia como se nada fosse importante. Exceto quem eu amava. As vezes até mesmo de minha pessoa, eu não me lembrava. Não me inturmava com ninguém. Meu pensamento era unicamente para aquela pessoa. Não podia desperdiçar meu tempo dedicando meus pensamentos e gestos com qualquer outra pessoa. Tinha um olhar por cima de todos os outros, como se as pessoas a minha volta não representassem nada para mim. Como se eu fosse superior a todos. Eu e o meu sentimento. Eu estava ali para executar a minha tarefa, do lado da pessoa que tinha me contratado. Da pessoa que estava sempre comigo, que acreditava em mim. Nada mais me importava. Tudo o que eu fazia, era para aquela pessoa. Eu só tinha uma razão de viver. Meu amor por ela era o amor mais forte que podia existir. Eu não iria e nem queria traí-lo, pois vivia em função dele, da sua felicidade, sendo altamente atruísta com o meu amor e totalmente egoísta com o simples resto, que eu chamava de mundo. Mas ele nunca me tratou bem. Eu observava os casais apaixonados e como eles se importavam um com o outro. Ele parecia estar comigo apenas para realizar o meu trabalho e não em desejo do que eu queria conquistar, o meu utópico amor. Nunca me dera um presente, um sorriso, só falava o que eu devia fazer, o que eu devia cumprir, nunca dedicou nenhum tempo para mim. Desejava estar afastado, não queria contato sentimental nenhum. Depois de muito tempo eu tinha perdido as esperanças. Vi que toda vez eu esperava o que eu não podia conseguir. A minha insegurança velada tinha sido transformada em um mar de ilusões perdidas, com a frequencia do medo. Eu toda vez, lutava, e só recebia pancadas, por ser teimoso nunca havia desistido. Mas eu era inocente, tolo, e qualquer adjetivo ruim que você prefira me dar. O motivo por ter não só o meu amor-paixão-carnal-obsessivo, mas sim a minha possessividade-compulsória de te-lo comigo, era o fato de ele ter me salvado e acreditado que eu podia ajudá-lo com a minha tarefa. Por isso tinha me contratado. Por servir unicamente a ele, treinar ao seu lado, eu me apaixonei. Mas na minha cabeça, se a coisa não era do jeito que eu queria, não acontecia. Aos poucos eu ia sendo despedaçado e minhas partes mortas resultantes do meu corpo se alastravam pelo chão, tentando sobreviver e respirar, de tanto ódio e dor que regia em meu coração. Minha ultima conversa, levei-o para um parque. Perguntei a ele se ele por acaso, se lembrava do local. Se fez de desentendido. Nunca respondia o que eu queria. Não se preocupara em sequer algum momento. Foi naquele parque que ele tinha dado o meu novo nome. Nem pensei. Tinha descoberto a muito tempo que meu amor nunca seria correspondido. Tinha vivido anos por uma pessoa, e não queria mais viver. Peguei o próprio riffle, que ele havia me dado, pois esse era o meu trabalho. Assassinar pessoas à vontade dele. E atirei em sua cabeça. Depois me matei, atirando em meus olhos. Por ironia, o assassino que ele criou o próprio matou. E agora, nós estávamos juntos para sempre.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fantasmas.

Quando eu acordei de madrugada assustado, não acreditei na sensação que tive. Estaria vendo coisas? Com medo de fantasmas e assombrações, liguei todas as luzes da casa. Liguei sem nenhum remorso, e essa era a verdade, a conta de luz não era paga por mim. Após me acalmar, o que supostamente me assustava passou e consegui dormir novamente. Após o colégio, queria chegar em casa para matar minha fome. Porém uma loja me distraiu, quando eu notei que um conhecido meu estava lá, gritei o seu nome, quando ele me olhou. Eu sabia quem era. Estava renovado, tanto no corte de cabelo, quanto no estilo. Disse meu nome com vigor, parecia animado ao me ver. Achando que só ia receber um 'tchau', antes de me se despedir, pensei: É só isso? Então, ele lançou uma assim: Foi bom te ver. Se tinha poderes espirituais para ler minha mente, eu não sabia, mas fiquei mais contente em receber tal frase. Meio ainda tonto do tropeção que eu tinha dado, com uma paixão antiga, fui andando me lotando de pensamentos, lembranças e vultos pareciam passar de lá para cá trazendo flashbacks repentinos. Fantasmas novamente, vinham me perturbar. A sombra do passado retornou ao meu presente, trazendo todos os fantasmágoricos momentos. Casa. Simplesmente o que eu tinha planejado para minha tarde toda, durante dois dias, tinha se quebrado, não se passando de um idealismo, ou algo inconcreto. Algo abstrato, que você tenta esconder, tocar e não consegue sentir. Novamente parecido com alguma assombração ou coisa invisível imortal. Recebi um rápido 'sms' escrito: Não vai dar pra eu ir, depois te explico. Não satisfeito em conviver com meu próprio azar e mal humor, juntei o material de química e fui tirar dúvidas que eu nnem sabia quais eram. O dia me passou a perna de tão rápido que se seguiu. Finalmente à noite, eu percebi que algo paranormal estava acontecendo, ao conversar com uma pessoa favorita, tive respostas frias e desnecessárias. Era incrível como eu entrava num jogo e não sabia administrar meus medos, tinha medo de não me garantir. Eu tinha medo de perdê-lo. Tanto o que eu falava no momento, quanto o que tinha sumido e que ainda não tinha entrado para me explicar a situação. Perdi o pincel que eu havia comprado. Eu aos poucos percebia que estava sozinho, que jogava sozinho e que eu não tinha nada a perder, simplesmente porque não havia conquistado nada. Não sei se bateu o santo em mim ou nele, mas antes de dormir, discuti para variar, seriamente e enfrentei novamente o que eu não entendia. Mas entre todas as opções, respostas e finalidades, eu percebi, que desde a noite passada, eu enfrentava aquilo que eu não queria enfrentar: meus medos, desejos e emoções. Eu estava fugindo fazia um tempinho.
Bom, o fantasma chamado amor, estava novamente me assombrando. Já tinha entendido o porquê de não ter conseguido dormir na noite anterior.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sono.

Rasgo meu papel escrito com todas as suas expressões. Escrevo palavras que possuem sensações. Eu sonho com aquela perfeição, talvez me perca sem sentido, ao bater ao chão. Eu quero tudo o que existe, o que transcede de paixão. Sou rígido, frívolo e direto. Porém me perco (e me vejo) confundido como um tolo apaixonado. Mas do que posso viver, se não idealizar, certa pessoa imaginária haverá de chegar? Em cada papel desfalecido, um adjetivo é achado. Depois de um, dois ou três. Tentativas, chances lançadas, me atiro no vazio outra vez. Sem concretizar idéias buscadas. Atrás de você, seria eu capaz de tudo? Exigente seria, bom de pensar? Se o amor que eu luto, é tão dificil de se achar. Levanto-me decidido, erguido com alta postura. Mesmo derrotado com toda aquela difícil amargura, sigo em frente. Encontro um buraco, não me caio em seguir. Daquilo que me é decorrente, ao mundo que me pertence, enfrento problemas para te encontrar. Muitos espinhos, bruxas, feitiços, pragas de alguém. Naufrágios, labirintos distintos com grande opressão. Uma rua sem luz, numa tremenda escuridão. Que confusão certeira. Só espero, que entre faces, mensagens, tempos e lágrimas, não me canse de te procurar. E que assim, que o fizer, não temer a resposta. Ou quem sabe a verdade. Me olho no espelho e vejo que sou. Nada demais a mais do que aquele princípe encantado. A procura da mulher mais cobiçada. Espero da tortura, não cair da ilusão. Ilusão do desejo de ao realizar, não notar com total fantasia, que era eu o tempo todo: a própria princesa que dormia.