domingo, 19 de julho de 2009

Obsessão.

Frio, incalculável, uma casca ríspida de rígida a quem vesse a carcaça por fora. Nunca era atingido. Usava uma roupa total independente e agia como se nada fosse importante. Exceto quem eu amava. As vezes até mesmo de minha pessoa, eu não me lembrava. Não me inturmava com ninguém. Meu pensamento era unicamente para aquela pessoa. Não podia desperdiçar meu tempo dedicando meus pensamentos e gestos com qualquer outra pessoa. Tinha um olhar por cima de todos os outros, como se as pessoas a minha volta não representassem nada para mim. Como se eu fosse superior a todos. Eu e o meu sentimento. Eu estava ali para executar a minha tarefa, do lado da pessoa que tinha me contratado. Da pessoa que estava sempre comigo, que acreditava em mim. Nada mais me importava. Tudo o que eu fazia, era para aquela pessoa. Eu só tinha uma razão de viver. Meu amor por ela era o amor mais forte que podia existir. Eu não iria e nem queria traí-lo, pois vivia em função dele, da sua felicidade, sendo altamente atruísta com o meu amor e totalmente egoísta com o simples resto, que eu chamava de mundo. Mas ele nunca me tratou bem. Eu observava os casais apaixonados e como eles se importavam um com o outro. Ele parecia estar comigo apenas para realizar o meu trabalho e não em desejo do que eu queria conquistar, o meu utópico amor. Nunca me dera um presente, um sorriso, só falava o que eu devia fazer, o que eu devia cumprir, nunca dedicou nenhum tempo para mim. Desejava estar afastado, não queria contato sentimental nenhum. Depois de muito tempo eu tinha perdido as esperanças. Vi que toda vez eu esperava o que eu não podia conseguir. A minha insegurança velada tinha sido transformada em um mar de ilusões perdidas, com a frequencia do medo. Eu toda vez, lutava, e só recebia pancadas, por ser teimoso nunca havia desistido. Mas eu era inocente, tolo, e qualquer adjetivo ruim que você prefira me dar. O motivo por ter não só o meu amor-paixão-carnal-obsessivo, mas sim a minha possessividade-compulsória de te-lo comigo, era o fato de ele ter me salvado e acreditado que eu podia ajudá-lo com a minha tarefa. Por isso tinha me contratado. Por servir unicamente a ele, treinar ao seu lado, eu me apaixonei. Mas na minha cabeça, se a coisa não era do jeito que eu queria, não acontecia. Aos poucos eu ia sendo despedaçado e minhas partes mortas resultantes do meu corpo se alastravam pelo chão, tentando sobreviver e respirar, de tanto ódio e dor que regia em meu coração. Minha ultima conversa, levei-o para um parque. Perguntei a ele se ele por acaso, se lembrava do local. Se fez de desentendido. Nunca respondia o que eu queria. Não se preocupara em sequer algum momento. Foi naquele parque que ele tinha dado o meu novo nome. Nem pensei. Tinha descoberto a muito tempo que meu amor nunca seria correspondido. Tinha vivido anos por uma pessoa, e não queria mais viver. Peguei o próprio riffle, que ele havia me dado, pois esse era o meu trabalho. Assassinar pessoas à vontade dele. E atirei em sua cabeça. Depois me matei, atirando em meus olhos. Por ironia, o assassino que ele criou o próprio matou. E agora, nós estávamos juntos para sempre.

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