sábado, 19 de março de 2011

Críticas.

Quem amadurece percebe que é necessário a flexibilidade perante a vida. São pessoas abertas a novas idéias que fogem de qualquer pensamento rígido, de qualquer conservadorismo. Pessoas que percebem que é útil perder a rigidez, adaptando-se às situações, e assim conseguindo ver todas as faces de uma mesma situação. Se recusam a fazer julgamentos apressados e por demais incisivos, pois compreendem que, dependendo da forma de olhar, tudo muda.
A vida é parecida com a música quando se trata de possibilidades - rítmos musicais. E como qualquer dançarino, precisamos trabalhar o nosso corpo para que possamos dançar em qualquer ritmo. Não importa o que tenhamos que enfrentar, nossa dança deverá ser sempre harmoniosa e bela, nunca dura e rígida, pois dureza e rigidez, são atributos da morte, não da vida plena.

Quem critica e mostra ser aquele ser diplomata, confia cegamente em sua fonte geradora de suas idéias inquestionáveis, esquecendo que quando a crítica não é baseada em conforto construtivo, tem seu efeito retrógado: a destruição.

Quem ama, deixa de lado qualquer julgamento. Há uma fragilidade que é exposta, porém fortalecida pela união de opostos.
Como é possível ter orgulho. Como é possível recusar a idéia de entrega ao ser amado? Como não dar a própria vida em sua total felicidade?
Quando ele for alguém que você ama de verdade.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Reclamação.

—Estou com raiva.
Afirmei, sem nenhuma culpa. Não há nada que eu pudesse esconder dele. Mas não posso negar que minha insatisfação era ridícula.
—De mim?
—Não consigo ter raiva de você. Estou com raiva por não conseguir. — eu levantei inquietamente, suspirando bem alto.
—Você queria estar?
Ele me perguntou enquanto assistia minha aproximação.
—Acho que você não procuraria por isso.
—Se você pedisse, eu faria.
Analisei a questão por um momento, tocando a minha palma à dele. Senti o calor do seu tato sendo transmitido pouco a pouco sob minha pele.
—Eu mereço você. E isso diz respeito aos seus defeitos também. Embora as vezes, eu precise ser bem paciente.
—Até que você sabe lidar com o meu pior.
—O que eu não gosto em você é o que te faz mal.
Ele me deu múltiplos beijos sucessivos. Depois ficou mordendo a minha bochecha, em um tom de suspense, bem lentamente. Isso tornava o gesto mais aproveitoso.
—Não. Não me beija, nós estamos em uma discussão. Você sempre tenta melhorar as coisas.
—Preciso me redimir.
—Pelo quê?
—Meus erros.
Eu levantei a sobrancelha, discordando. Ele era mais rápido do que eu nas respostas, praticamente me vencendo no raciocínio lógico.
—Sem eles, não chegaríamos aqui. E digo isso, pelos meus também.
Ele me envolveu em seus braços, me prendendo fortemente. Espremido contra seu peito, mal pude me conter.
—Desisto. Você realmente me ama.