terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ansiedade.

O tempo passa devagar. Me perco nos meus pensamentos. Me encho de idéias. Dúvidas, insegurança, nostalgia. Me deito na cama, minhas pernas ficam para fora, sobrando. Tenho o celular na mão, esperando alguma salvação. E de repente descrevo o que sinto. Como se eu estivesse numa casa. Eu entro na mesma. Que silêncio, que mistério, que vazio. Era pequena, mas eu complicava. E assim me perdia, me alastrava. Sem saída, ou saber o que fazer, eu corro em direção as escadas. Tenho uma intuição. Eu subo escada por escada, e ela é toda circular, sendo assim enorme de se seguir. Os passos são ouvidos e estes produzem eco pelas molduras da casa. O chão de madeira cada vez mais range, pede ajuda, faz a pergunta sem a resposta. Eu pulo degraus, outros vou mais devagar. Mas pareço nunca chegar ao topo. Eu aumento a velocidade, há desespero regido em meu coração. Ele bate fortemente, resistindo as feridas. O suor desce pelos meus cabelos, meus músculos tendem a doer. O calor sobe entre o contorno do meu corpo, meus olhos diminuem de tamanho. Minha respiração aumenta de frequencia, minhas pernas ficam bambas, e meu coração parece querer sair pela boca. Não presto atençao no que está dentro da casa. Vejo quadros de relance. Não presto atenção onde fui parar. Mas continuo subindo. A sombra da casa, reflete no meu rosto, prende minha alma e tortura meu espírito. Dou suspiros que expressam socorro, força, luta, perseverança, mas junto com o cansaço ao quadrado. As correntes que prendem meus pés, são quebradas, porque quero chegar a superfície. Quero buscar meu ar, quero saber onde posso chegar. Depois do sufuco, depois do que é tenso interiormente, de intensa pressão, precisa se libertar e sair. Eu arrisco. Eu cruzo pelo meu ultimo degrau. Meu ultimo obstáculo. Talvez minha grande vitória ou meu brusco erro. Eu alcanço o quarto. A realidade volta e me visita. Caio no chão de joelhos. Com o cabelo semi molhado de suor a testa, respirando desesperamente. Minha pupila dilatada, meu sangue vermelho incandescente. Extremo, em pranto. Sensação de ar natural que destroi o que me auto-destrói e corrói. Meus olhos se correm de lágrimas e finalmente, trêmulo e sem voz, depois de dar muitos socos no chão, para liberar minha raiva, fico sem força, sem reação. E então em um grande impulso sinestesial vomito toda a minha ansiedade aprisionada.

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