terça-feira, 6 de abril de 2010

Prólogo.



Quando ele notou minha presença, olhando desesperadamente para mim, finalmente pude me livrar do transe. A intensidade do seu olhar me revelava segredos que somente eu poderia decifrar. Quando a gente ama uma pessoa, nós a conhecemos de todas as formas e sentidos, sem deixar um detalhe sequer passar. É como se nós mergulhássemos em um profundo oceano. No começo nos sentimos um pouco inseguros, devido a sua imensidão de mistério, mas depois que nos acostumamos, nos apaixonamos por cada átomo de água, torcendo para nunca retornarmos à superfície.
Eu podia sentir claramente em seus olhos ardentes, que por trás daquela pele bronzeada corada, ele sofria, desejando naquele momento, mais do que tudo, a minha ajuda para poder recuperar seu controle. Mas é claro que por outro lado, eu também podia notar algo bem insano, que suplicava para que eu não avançasse. Algo muito forte que fincava minhas pernas fortemente ao chão, impedindo qualquer movimento. Embora as palavras de Oliver estivessem concordando com a proteção inconsciente de Taylor, eu jamais pensaria em ouvir qualquer um dos dois. Não naquele momento. Eu sabia que por trás do monstro que Taylor aparentava ser, existia simplesmente a pessoa de maior importância em minha vida. Taylor é o meu mais puro amor. Tudo o que restou de bom no mundo se encontra dentro dele. O que eu sinto por ele transcede a minha existência, não podendo ser limitado por qualquer palavra ou expressão. Que me faz perder o fôlego cada vez em que eu o vejo. Que me faz surtar com cada toque seu por mim recebido. Que me faz sentir vivo com cada carinho que ele me concede. Com cada sorriso seu presenteado, que chega até mim, brilhando e completando minha felicidade. Novamente eu entendia — só que agora mais do que nunca — o que ele queria me alertar. Eu apenas não o compreendia, pois embora soubesse do risco que eu estava passando, nunca tive, sequer um segundo, medo dele. Já havia passado por algo parecido antes, mas agora era diferente. Dessa vez eu era a peça principal. E precisava refletir em minha estratégia, a fim de salvar meu rei, realizando o meu xeque-mate. Isso me deixava nervoso. Era desafiador. Eu era responsável pela continuação da nossa história e estava confiante em não tornar este capítulo o nosso último. Porém se esse fosse meu fim, eu ficaria satisfeito. Não desajaria morrer de outra forma. Durante cinco segundos, eu assumo que tive escolha. Mas agora, truque do destino ou não, ele já caminhava em minha direção, com uma expressão apavorante torcendo para derramar meu sangue. Sem pensar duas vezes, eu avancei. Avancei para a morte.


Taylor - Prólogo.

2 comentários:

  1. Meu querido amigo sempre me encanta tuas doces e aflitas palavras de coração....

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  2. Eu quero uma dedicatoria pra mim nesse livro eim... Ah, ops! Tem um livro da trilogia que tem o meu nome..foi mal aew ;D hahaha brincadeira amor.

    Li.
    Se joga no amor, nesse amor sem medidas, sem receios, nesse amor certo, seu par perfeito.
    Eu desejo daqui um fio de realidade para historia.Terá, terá...

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