quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pote de ouro.

Felicidade é uma coisa rara.

É um lapso incontrolável de espamos sensitivos. Complexo irreal, incondicional, pois não há qualquer parte que possa ser avaliada. É uma junção de extremos, de opostos, muito atrativo, irrecusável. Diferente de qualquer coisa racional, tão facilmente descrita como um processo em catálise de entendimento. A felicidade é um escapismo. É como água não concretizada em nossas mãos, que se derrete, esfriando nossas juntas ao percorrer parte a parte.

Felicidade é o objetivo central, o porquê de qualquer dúvida, o ultrapassar de qualquer medo, a superação de qualquer dor. Felicidade é como um fio desencapado. Que estremece cada pêlo, eriçando em textura elétrica qualquer movimento perceptivo, tremendo cada canto ao tonificar nossos sorrisos emotivos.

Felicidade é um momento único. Somente captado sem preocupação, sem esforço, vem como o ar que respiramos, tão natural como o semear de uma flor. Nos traz fôlego aos nossos sonhos, sendo o principal motivo de sermos o que somos. É o esquecer de uma responsabilidade quando se é preciso, é ousar um mergulho no mar do desconhecido sem ter a ansiedade de falhar. É uma fuga do que as vezes poder ser o politicamente correto, o padrão que a sociedade nos faz acreditar — como uma prisão que tortura e oprime nossos corações.

É tirar forças para confiar em algo mínimo que se encontra em um universo máximo de possibilidades. Dar firmeza ao que é incerto, acreditar na conquista sem fraquejar, perseverando a cada dia. É simplesmente ser livre para buscar a segurança unicamente naquilo que sempre será inseguro. É dar boas vindas ao grande amor, cultivar cada intensidade desprovida de culpa, deixar de lado por um só segundo o verbo "julgar" e se perdoar por todos os erros que parecem ser incuráveis, mas que na verdade nunca foram.

A felicidade vem de dentro de nós. Mesmo de vez em quando, quando teimamos em esquecê-la. Bem devagar, ela pode ser decifrada e encontrada, nos guiando como uma estrela das nossas escuridões. É um sacríficio leviano de puro prazer.

Felicidade é usufruir, aproveitar, sentir a ruptura da brisa em nossos rostos. É nunca se apagar diante de uma chama imensurável.

É uma recompensa que vale a pena.

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