quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O poder do amor.

Meus amores, fica aqui um texto sobre a minha reflexão. Eu espero que seja de suma importância a todos vocês.

Sem os nosso opostos, seríamos seres incompletos.

A clareza do amor pode ser mostrada, sem dúvida, se soubermos incorporar o que consideramos seus opostos: o ódio, a raiva, a paixão. Se não conhecemos a nossa capacidade de nos indignar frente às injustiças, de lutar ás vezes com as armas do ódio, se não reconhecermos em nós a nossa capacidade de odiar, não saberemos amar. Se não incorporarmos ao nosso amor toda a nossa agressividade, amaremos passivamente e nada faremos de útil, nem por nós nem por ninguém. O amor exige iniciativa e não há iniciativa sem agressividade.

Ainda compreendemos o mundo pelos seus opostos. Só entendemos o bem porque conhecemos o mal, a alegria porque sabemos a tristeza, e temos que esgotar as suas possibilidades para que possamos uni-las e trancendê-las. Devemos considerar o ódio e paixão como os sentimentos mais honestos que podemos sentir e por isso mesmo, aqueles que finalmente nos darão a capacidade de nos harmonizar internamente. Infeliz o homem que diz que não sabe odiar, pois deixa claro que não sabe amar; infeliz aquele que nunca se apaixonou e não cometeu desatinos por causa dessa paixao, pois sem dúvida não brotou dentro de si a semente do amor.

A paixão é a semente do amor, que regada e acolhida por nós em todas as suas nuances, nos levará ao amor por nós mesmos através do caminho do verdadeiro autoconhecimento. A paixão nos expõe, por isso ela é honesta. A paixão mostra quem somos. Somos capazes de nos dedicar sem ressalvas, incondicionalmente a alguém ou algo que desejamos. Somos capazes de dar a própria vida por alguém, de morrer de for preciso... e de matar também. Por isso, eu acredito que a paixão é o sentimento mais honesto que podemos sentir e que, se apreciado honestamente, pode nos levar a um grande salto no conhecimento de nós mesmos.

Quem já viveu uma grande paixão, sabe muito bem do que estou falando. Quem de nós sob o efeito da paixão não cometeu deslizes "imperdoáveis"? Quem de nós não esconde do mundo as suas "vergonhas" pelo fato de termos cometido atos não muito elogiáveis quando apaixonados? Como falar das mentiras para conquistar, e assim para nos defendermos da possível perda do objeto amado. Das maquinações, das manipulações, das imagens falsas que criamos para enganar e nos tornarmos "perfeitos" aos olhos do outro e assim, acreditamos, nos tornar mais desejáveis, mais "amados"? Quanta agressividade, quanta mentira, quanta invasão de privacidade, quanta chantagem emocional utilizamos para conquistar, para preservar em nossas vidas aquilo que se perdermos, nos fará eternamente infelizes, incapazes de viver, como se a nossa vida dependesse de algo externo e não na força dentro de nós mesmos.

A paixão estabelece dentro de nós o caos, mas nele que estão as raízes da nossa reorganização emocional. É preciso que encaremos nosso monstros, nossas feras internas e as incorporemos verdadeiramente, deixando que elas nos fortaleçam, fortaleçam a nossa capacidade de amar, de amar a nós mesmos. Temos que encarar nossos intintos, não como "fontes do mal", mas como fontes de força, de saúde, de energia pura que não deve ser escondida por vergonha ou reprimida por medo do castigo "eterno".

Meus queridos... a paixão sugere longas batalhas com nós mesmos, com nossas carências e desejos e lembra que não devemos reprimi-los, pois assim mais eles crescem. Nossas feras interiores devem ser cuidadas, alimentadas, para que a luta possa terminar e libertar nossas dores e assim evoluirmos além do bem e do mal, dessa nossa dualidade.

É preciso firmeza para unir justiça e amor, sem contudo ignorar a agressividade e o instinto que devem se tornar amigos, guias que abrem o nosso caminho. Depois da paixão, não seremos mais os mesmos, teremos que admitir que não somos tão "limpos", tão generosos, e altruístas como gostamos de parecer. O nosso amor e a nossa dedicação ao ser amado não são, enfim, tão incondionais e nós teremos que admitir as nossas feras geradoras de ciúme e mágoa, de ressentimentos e possessividade, ponto de partida para incorporarmos sua força e guiá-la positivamente.

Esta, a mensagem da paixão.

3 comentários:

  1. Sem dúvida, os nossos conceitos, o nosso julgamento (e você como de libra sabe bem a necessidade de julgar os fatos) é proveniente de comparações. Para isso opostos são imprescindíveis. A adolescência é uma era de extremos exatamente por isso, para encarar esses opostos e afunilá-los chegando numa espécie de equilíbrio e bom senso. Mas, refletindo sobre a questão da paixão, fiquei um pouco na dúvida. Lembrei da minha primeira paixão e, não sei... Acho que não foi bem assim. No meu caso, eu me sentia abatadida. Traída, porque furtei muito de mim pra dar a alguém. Rompi com qualquer tipo de "princípio" em prol da necessidade de estar apaixonada. Como a necessidade de respirar (bem verdade que era mais prazer, um prazer vicioso do que necessidade). As feras,... Minhas feras era bichos feridos, sangrados que vinham a mim confessar as minhas dores. Não lutavam. Era uma repetida derrota que gostava de se sentir derrotada. Diria assim, uma eterna batalha para perder. Contudo, apesar dessas diferenças, existem trechos do textos que identifico, exemplo: "A paixão estabelece dentro de nós o caos, mas nele que estão as raízes da nossa reorganização emocional.". Sem dúvida. Sei que o comentário falha em coesão, mas preciso concluir, sem mais delongas. Eu só me "curei" da paixão, quando o carinho do amor me arrebatou. E aí eu descobri que amor é perdão, um perdão com vontade pra todos, mesmo para aqueles que nunca pediram desculpas.

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  2. a paixão fez você descobrir quem é. e assim conhecer seus defeitos, todo o seu mal interior.
    hoje em dia, você doma suas feras, tanto que consegue usufruir de suas forças, alcançando a sua atual maturidade.

    (=

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