quinta-feira, 28 de maio de 2009

Confissões.

Seria eu tão ousada? Ah que nada! Tem aqueles que adoram me chamar de ninfomaníaca. Que bobagem. As pessoas falam demais sobre mim. Por que não me deixam viver? Por que será que a reputação vale tanto? Tá, tudo bem que eu nunca me apaixonei. Mas para que a pressa? Vivemos o presente. Tudo bem, que tenho minha fama de puta por aí. Mas por que recuar-me se posso fazer aquilo que desejo? Porque nós vivemos em uma sociedade a qual, blá blá blá. Mimimi. Isso tá muito lá para Rabim. Eu não era assim. Eu fazia o que queria. Lógico que tinha meus limites. Limites impostos pela lei. Odeio política...
Bom, mas quantos olhares! Quando cheguei na sala de aula ninguém parecia querer falar comigo. Garotas muito metidas me olharam com desprezo. Os homens com aquele desejo. Me senti importante. Mas que inveja animada. A vida para mim tinha muitas responsabilidades. Mas as pessoas são frívolas comigo o tempo todo, por que eu iria querer esperar a eternidade por um amor? Minha juventude já teria ido embora. E minha beleza? Só a tenho por pouco tempo. É bom aproveitar, aquilo que tenho não é mesmo? Afinal, transar com as pessoas e jogá-las fora é bem divertido. Elas não iriam querer algo comigo seriamente, no final, mesmo... Os homens só querem diversão. Não estou generalizando a situação. Quando eu achar uma exceção, vou investir. Mas enquanto não.. Hm... Enquanto não...
Minha saia era curta, mas eu tava afim de usá-la. Minha meia calça era linda. Primeiro dia de aula é importante. Eu adoro os homens, seria um desperdício eu passar desbercebida. Todos de certa forma, gostam de aparecer. Gostam de sentir que foram notados. Menos os antissociais. Essa merda de hífen não pode ser mais usado. Antissocial com dois 's' fica muito estranho. De longe, vi. Que garoto lindo. Odiava loiros. Portanto, tinha cabelo liso preto e pele branca. Corado de sol. Muito musculoso. Mas ele era diferente. Algo nele fazia meu corpo ferver. Sentei na cadeira, e senti que estava quente. Fechei mais as pernas me sentindo vibrar. O seu olhar de desprezo. Era parecido com o meu. Parecia ser safado. Minhas pernas estavam bambas. Minha respirção ofegante. Parecia querer fazer o que der, e depois me deixar de lado. Quem disse que a aula de matématica estava interessante? Pouco me importo para as funções. Foda-se. Me levantei. Usei minha arma principal. Meu olhar. Ele retribuiu. E com a cabeça fiz um gesto, pedindo para que ele saísse da sala. Mas discretamente é óbvio. Ele entendeu. Por lei de uma legislação qualquer o banheiro era dividido. Homens para cá, mulheres para lá. Sempre quis matar quem decidiu dividir o banheiro. Era perder diversão. Vi ele subindo as escadas. Queria o banheiro feminino. Se eu entrasse no masculino, iam interferir nos meus afazares em relação a ele. Me bateu uma reflexão. Porque eu era tão sexual assim? Porque não poderia esperar por uma pessoa especial? Dar para o primeiro da fila me tornava tão lixo, tçao suja, tão comum, tão fácil? Me tornava. Eu era tão puta, tão dada? Sim. Hm, pensei um pouquinho. E juro que me esforcei. Assim que ele subiu, me deu vontade de falar o quanto eu queria algo sério com ele. O quanto eu queria que aquilo fosse especial. Senti uma loucura de mudar. De ter alguém só para mim. De me tornar alguém com sentimentos. Ele se aproximava. Mas que loucura. E voltei a realidade. Ei, nada disso. Não fode. Na hora de falar, apenas cochichei em seu ouvido:

-E aí, você quer dar uma rapidinha?

Para aquelas horas em que o desejo fala mais alto que a razão.

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