quarta-feira, 5 de maio de 2010

Disfarce.



Solidão, sai daqui. Tira o corpo, não complica, ja é hora de partir. Já é madrugada, e com você aqui — super vidrada — dificilmente conseguirei dormir. Já são quatro da manhã! O que você deseja, a não ser tomar o lugar da minha mente puramente sã? Ah, mas na sua laia eu não caio, não! Sei que não passas de uma miragem, daquelas sustentadas por uma mera ilusão. Aqueles que me amam não me soltam, jamais largariam a minha mão. Ai, ai, solidão. Mas que contradição literal você é. Se teu destino é ficar sozinha, não me procura, não me acha, larga do meu pé. O seu conceito mais importante, todos ignoram sem saber. Para as pessoas, solidão é ficar sozinho, no vazio até morrer. Poxa solidão... Sei que é apenas uma prolongação de uma insegurança. O físico costumar fugir do essencial. Mas no fundo eu sei que solidão é esperança de que a mudança retorne ao normal. O que é próximo tem suas vantagens, fortalece, mas sempre enjoa. Então, por que não topar um tempo, algumas viagens, ou uma saudade tão boa? Solidão, já deu, já cansei. Vou revelar sua verdadeira identidade. Já não quero regir em mim, a sua própria vontade. Não irei mais te alimentar. Pois, sempre soube, que solidão não é se afastar, é sentir falta, quando não há ninguém, no mundo, a quem amar.

Um comentário:

  1. "Pois, sempre soube, que solidão não é se afastar, é sentir falta, quando não há ninguém a quem amar."

    Lindo

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