quarta-feira, 17 de junho de 2009

Instinto.

Eu não podia. Não consegui evitar. Algo abstrato foi mais forte que eu. E que força. Seria errado. Ele amava outra pessoa. Eu amava outra pessoa. Os instintos já estavam misturados. Sentia cada fôlego e inspiração no meu pescoço. Os beijos subiam do pescoço a boca, borrando cada forma, cada contorno. As bocas se amassavam bruscamente ao se tocarem e a respiração ficava cada vez mais tensa. Os braços me imprensavam, não podia me mover contra, não tinha força e nem ao menos queria. Sabia que nós dois queríamos aquilo. Dependendo do referencial, isso podia ser bom ou ruim. Minhas pernas trêmulas foram envoltas ao seu tronco e cada vez com mais força, de acordo com o ritmo eu batia no obstáculo atrás de mim: a parede. As mãos passavam do seu cabelo ao seu rosto. Os olhos muitas vezes me encaravam me lançando olhares de intenso prazer excessivo. O desejo estava expresso no olhar. A vontade insana de tê-lo naquele momento me fazia continuar. Estávamos dispostos a passar limites. Aquilo me matava. Eu não precisava de palavra nenhuma. Mas mesmo assim ele murmurrou algumas. Exatamente as que eu queria. Foi lentamente até a minha orelha, enquanto meus braços o contornaram pela cabeça em direção ao pescoço. Não aguentei. Aquela intensa sensação me fez delirar. A respiração combinada com o gosto do beijo ali lançados. Meus sentidos se juntaram. Era compulsivo. Era inevitável. Meu corpo não me obedecia mais. Ele não podia parar. Era preciso ser forte em resistir. Me contorci e soltei altos suspiros. Naquela altura já não dava mais. Sentia seus gemidos baixinhos e isso aumentava o que eu tinha preso em mim. Aos poucos fui me soltando. Devolvendo. Vendo que eu conseguia deixá-lo louco. Não podia mais me conter. O suor dele fazia parte de mim. O seu cheiro havia estava empreguinado em mim. Misturado ao meu. Era uma sinestesia de momentos e emoções sensuais. Quando voltamos a nos olhar, colamos testa a testa. Respirávamos desesperamente tentando puxar o máximo de ar de um do outro. Mais levemente dávamos beijos carinhosos entre nós dois. Não conseguíamos parar. Tínhamos as mãos entrelaçadas e ele parecia cansado ao sustentar meu peso. Nos olhamos. Eu nunca me arrependi. É... Eu finalmente havia perdido a minha cabeça.

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